Meio ambiente, sociedade e governança
A agenda relacionada à governança ambiental, social e corporativa, da sigla em inglês ESG, já não é novidade para a indústria mineral, mas sim uma responsabilidade que faz parte do plano de atividades de empresas comprometidas com a sustentabilidade.
Na edição do Simineral ON de março, os assuntos reúnem temas que estão relacionados a essa temática, com o destaque para a conscientização sobre as mudanças climáticas e como a mineração está inserida neste contexto. Além disso, a diversidade e equidade de gênero, com personagens de organizações que exemplificam bem este cenário, inclusive tema do Prêmio Simineral de Comunicação, dentro do contexto do Dia Internacional da Mulher.

Compondo as datas importantes a serem lembradas neste mês de março, referenciamos o Dia Estadual da Mineração, representando a importância do setor mineral no Pará, estado pujante no segmento.
Boa leitura!
Guido Germani,
Presidente do Simineral
Todo dia
mulheres
Embora ainda seja um setor com predominância masculina, a valorização da diversidade de gênero nas empresas, em especial no setor mineral, vem ganhando espaço em relação à participação das mulheres. De acordo com o 1º Relatório de Progresso do Plano de Ação de Avanço das Mulheres na Indústria de Mineração, realizado pelo movimento Women In Mining Brasil (WIMBrasil), apenas 15% da força de trabalho é feminina. A presença delas em conselhos executivos é de 11% e nos conselhos de administração, 16%.
Sandra Freitas, Gerente de Pessoas e Comunicação na OZ Minerals, faz parte desse cenário, com mais de 30 anos de trabalho e trabalhando na mineração desde 2013. “Posso dizer que essa visita mudou totalmente a minha vida e a forma como via a área de Recursos Humanos, pois aquele era o mundo onde eu gostaria de estar. Esse virou meu grande sonho! Sou apaixonada pela mineração e não me vejo em outro ambiente. A oportunidade de estar hoje na OZ Minerals e poder fazer o que acredito e sonho na área de Pessoas, Comunicação e DEI, me traz uma sensação de certeza de estar onde é o Meu Lugar!”, afirmou.
A operadora de Equipamentos de Mina da Mineração Rio do Norte (MRN) Eli Ramos conta que desenvolve a função há dois anos e operar grandes máquinas também é uma de suas paixões. “Aqui, eu conduzo caminhões que transportam de 40 a 70 toneladas de bauxita. Operar estes “grandões” é um sonho inimaginável, um orgulho que não cabe no peito e é um sentimento de domínio e conquista que gratifica a minha vida. A operação destes caminhões requer muita habilidade e responsabilidade, o que valoriza ainda mais o trabalho com a participação de nós, mulheres, neste mundo da mineração, que tem se tornado cada vez maior. Tenho muito orgulho de poder ser uma das representações femininas no setor mineral. Acredito que o sucesso de qualquer trabalho é a motivação de fazer aquilo que gostamos e eu posso afirmar que faço aquilo que amo e que amo aquilo que faço sempre porque a mineração é conhecimento e um ambiente de quebra de paradigmas em relação a nós, mulheres”, declarou.
Confira mais histórias aqui!Setor mineral paraense participa de evento sobre diversidade
A busca por igualdade de gênero, respeito e a valorização da diversidade são compromissos assumidos pela indústria mineral brasileira. Por isso, o IBRAM vai realizar , no dia 28 de março de 2023, a Diversibram – Semana da Diversidade e Inclusão na Mineração do Brasil. O evento virtual será uma oportunidade para debater ações desenvolvidas pelo setor em prol da inclusão e diversidade, a importância do aumento do número de mulheres na mineração, os principais desafios na liderança inclusiva, estratégias de atração de talentos e muito mais.
No Painel “Presença Feminina na Mineração no Pará”, cinco mulheres vão representar o setor mineral do Pará no evento. A vice-presidente do Simineral, Ana Carolina Alves; a CEO da C.M.O Silva Alimentos Eirelli, Creuza Silva; a Presidente da Associação Comercial do Pará, Elizabeth Grunvald; a geóloga e Mestre em Geologia e Geoquímica, Poliana Gualberto; e a Gerente de Comunicação da Anglo American, Rachel Pessôa.
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Responsabilidades
em foco
O mês de março é um período, além de outros igualmente relevantes, de conscientização por meio do Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas. O principal o objetivo da data, dia 16 de março, é de promover a conscientização da sociedade em geral sobre a importância de realizar ações que possam diminuir o agravamento dos impactos das mudanças climáticas.
A Amazônia tem o seu protagonismo quando se trata do assunto. Ainda em 2022, lideranças de todo o mundo se reuniram durante a 27ª Conferência do Clima da ONU (COP 27) para debater medidas para conter o avanço das mudanças climáticas, dentre eles a sociedade civil, o Consórcio da Amazônia Legal e o governo federal. No Brasil, segundo o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG)/Observatório do Clima, a cadeia minero-siderúrgica contribuiu com cerca de apenas 5% das emissões totais brasileiras.
A indústria mineral está engajada nesse circuito, como ilustra a geóloga Poliana Gualberto, mestre em Geologia e Geoquímica, afirma que o estado A indústria extrativa e de transformação mineral no Pará está alinhada com as metas da Agenda ESG da Mineração, no que tange a substituição de combustíveis de alto teor de carbono
combustíveis de alto teor de carbono (carvão mineral) por combustíveis renováveis. “como por exemplo: uso do carroço de açaí como biomassa para os fornos da indústria de cimento, cerâmica vermelha e fertilizante. Além de iniciativas de alteração de desenho das minas e uso de equipamentos avançados para a mineração, o uso de correias transportadoras ao invés de caminhões. A troca de equipamentos ou instalação de peças que otimizem o consumo de combustível e eletricidade. E a maior inclusão de mulheres e de pessoas com deficiência nas empresas. Contudo, apesar dos avanços ainda temos muitos desafios para atingir as metas da agenda ESG da Mineração”, explicou.
Para a geóloga, os minerais e metais possuem um papel fundamental na transição para um futuro de economia de baixo carbono e são cruciais para a forma como a energia é gerada, transportada, armazenada e utilizada. “A mudança em curso tem um enorme potencial para mudar a escala e a composição da demanda global por minerais e metais. A tendência de descarbonização da economia e da matriz energética mundial aponta para novas oportunidades ao setor mineral, especialmente com o fornecimento de novos materiais também ser adicionada a possibilidade de geração de energia”, concluiu.
Dia estadual da mineração
Vamos lembrar esta data que reconhece cada vez mais a importância do setor mineral. Aprovada pela Assembleia Legislativa do Pará em 2017, o dia 14 de março é lembrado como o “Dia Estadual da Mineração” . A escolha da data faz referência ao dia em que, em 1967, iniciou-se a pesquisa mineral na região de Carajás.

Novos projetos são selecionados
O Fundo de Sustentabilidade Hydro (FSH), Albras, a Fundação Mitsui Bussan do Brasil e o Instituto Peabiru divulgaram os selecionados para o quarto Ciclo de Desenvolvimento de Negócios do projeto Tipitix – Empreendedorismo Agroalimentar Comunitário, uma iniciativa de promoção de soluções de desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Foram 11 projetos escolhidos para iniciar a jornada de empreendedores, individuais ou em grupos, que receberão suporte em assessoria técnica na adequação de seu modelo de negócio; infraestrutura para o beneficiamento de sua produção; apoio em design e assessoria comercial para colocar o produto e/ou serviço no mercado; assim como suporte administrativo e contábil para os procedimentos referentes à formalização e gestão do negócio.
Entre os projetos selecionados está o suco de frutas da dona Natalina Coutinho, que já participou do segundo ciclo e desenvolveu as geleias Açucena, preparadas pelas mulheres da comunidade de Itupanema, em Barcarena, utilizando frutas da região amazônica cultivadas nos quintais das famílias. “Para mim, é gratificante poder voltar a viver da agricultura familiar. Saí do campo para proporcionar uma vida melhor aos meus filhos e, agora que eles estão formados, quero voltar a viver da minha produção no sítio. Estou conseguindo ampliar minha renda com o conhecimento que tenho adquirido nos projetos da Hydro”, conta Natalina.



Destaque no mercado siderúrgico
Destaque no mercado siderúrgico
A SINOBRAS vem contribuindo com o desenvolvimento do Brasil há mais de 15 anos, com respeito ao meio ambiente e às pessoas. Situada no município de Marabá - PA, a siderúrgica vive um momento de transformação e crescimento com o projeto chamado de SINOBRAS Fase 2.
Com o crescimento do mercado siderúrgico e otimismo com o futuro, o SINOBRAS Fase 2 é um projeto de expansão que vai mais que duplicar a capacidade produtiva da Siderúrgica. O investimento inclui a instalação da Laminação 2, que vai possibilitar a produção de 500 mil toneladas/ano de aço laminado em bobina; e uma nova subestação e linha de transmissão de 230kV, que terá a missão de suprir as novas necessidades de cargas elétricas da empresa e proporcionar a utilização de energia da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, da qual a SINOBRAS é sócia como autoprodutora.
Com isso, a SINOBRAS, que tem capacidade para produzir 380 mil toneladas de aço laminado/ano e emprega atualmente mais de 1.400 pessoas diretamente, passará a ter capacidade de produção de 850 mil toneladas/ano e irá gerar um pico de 600 novos empregos durante a fase de implantação e 200 na fase de operação, além de produzir novos produtos como fio-máquina e vergalhão em rolo (bonina e spooler). O projeto tem previsão para startup no segundo semestre de 2023.Com isso, a SINOBRAS, que tem capacidade para produzir 380 mil toneladas de aço laminado/ano e emprega atualmente mais de 1.400 pessoas diretamente, passará a ter capacidade de produção de 850 mil toneladas/ano e irá gerar um pico de 600 novos empregos durante a fase de implantação e 200 na fase de operação, além de produzir novos produtos como fio-máquina e vergalhão em rolo (bonina e spooler). O projeto tem previsão para startup no segundo semestre de 2023.
Outro grande investimento da SINOBRAS foi iniciado em maio de 2022. A Siderúrgica e a Vale assinaram um termo de compromisso para o desenvolvimento de uma nova aciaria para produção de tarugos de aço em Marabá. Seguindo o cronograma definido, após vários meses de discussões técnicas e comerciais com 4 empresas internacionais de engenharia, a empresa Hatch consultoria internacional multidisciplinar de gerenciamento, engenharia e desenvolvimento foi a escolhida para desenvolver o projeto de engenharia da nova aciaria.
No dia 9 de janeiro, foi realizada a primeira reunião para o início do projeto, que tem previsão de conclusão em 6 meses. Essa fase trará as definições técnicas e financeiras para a continuidade da Nova Aciaria.
“Esse não é um projeto somente da SINOBRAS e Vale, mas também de uma comunidade, e de órgãos como Governo do Pará e Prefeitura de Marabá. Acredito que seguiremos em frente e que a Nova Aciaria será um sucesso por causa do trabalho de todos. Vamos para o Go Live das próximas fases trabalhando e acreditando”, afirmou durante a reunião, Ian Corrêa, Vice-Presidente de Operações do Grupo Aço Cearense.

Mudanças Climáticas no Pará
A Diretora de Mudanças Climáticas, Serviços Ambientais e Bioeconomia da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), Camilla Miranda, é a entrevistada do mês de março de 2023 do podcast do Simineral ON. Na entrevista, ela falou sobre os desafios ambientais que o Governo do Estado enfrenta e quais soluções está buscando para resolvê-los. Ela também falou, ainda, sobre a candidatura de Belém para sediar a COP30, em 2025.
Ouça a entrevista completaPrograma oferece cursos técnicos gratuitos
A Tecnored e a Vale, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), promovem programa de qualificação profissional para cursos técnicos gratuitos na área industrial em Marabá. São 175 vagas para os cursos de Técnico em Metalurgia, em Eletrotécnica, Automação e Mecânica, no turno da noite e de Eletromecânica no turno da tarde. Os cursos iniciam ainda este mês, o resultado da seleção deve ser divulgado ainda nesta primeira quinzena. Mais de 2 mil pessoas se inscreveram.
“Acreditamos no poder da educação em mudar vidas e promover um futuro melhor para as pessoas. Com a oferta de cursos técnicos, nós, da Tecnored, buscamos preparar a população para o mercado de trabalho, com um aprendizado de qualidade”, pontua a gerente de Pessoas & Cultura da Tecnored, Patricia Marçal.
Marabá terá a primeira planta de produção de gusa verde com a implantação da Tecnored na cidade. As obras de construção foram iniciadas no município em 2022. A previsão de conclusão é 2025. A Tecnored é uma subsidiária 100% da Vale focada no desenvolvimento de um processo de ferro-gusa de baixo carbono por meio do uso de fontes de energia, como biomassa, gás de síntese e hidrogênio, que emitem menos CO2 que os processos tradicionais de fabricação de ferro gusa.

A Mineração como fonte de conhecimento
A Casa da Mineração foi um espaço de troca de conhecimento para os alunos do terceiro ano da escola do Sesi Belém, durante a visita à sede do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará – Simineral e o Instituto Brasileiro de Mineração IBRAM.
Durante a visita guiada pelo Museu da Mineração, os alunos do terceiro ano do ensino médio puderam conhecer tipos de minérios que estão presentes no nosso cotidiano e sua importância na sociedade. A iniciativa possibilitou a vivência prática e aplicada à disciplina Ciências da Natureza, dando visibilidade ao mundo do trabalho ligado à atividade mineradora.